segunda-feira, 20 de julho de 2009

Backstage.

Assento 8A. Parecia um sinal. Me levava a acreditar que tudo daria certo. Um recomeço; era disso que eu precisava. Há umas horas atrás, estava a olhar os pés cruzados no chão do carro. De um jeito novo, também. "Depois daquela noite, nunca mais serei a mesma". O pensamento que não calava mais. Porra, era verdade. Sexta, sentada sozinha, incomodada, encarando as bolhinhas que subiam irritantemente no copo de chopp. E esperando. Com borboletas no estômago, só de imaginar no reflexo que estava por vir na porta envidraçada vazia em minha frente. Antes disso, parecia uma maluca, isso sim: em frente ao espelho, passando batom, perfume. Bah. Besteira. Falsas esperanças me alimentavam há tempos. Falsas promessas. Agora chega. Depois, veio a canja de galinha. Não sei por quê, mas essa é a única lembrança que guardo daquele dia. Aquele prato na mesa, me olhando, me vendo soluçar e me dando náuseas. Tudo que consegui foram duas colheradas. O resto era resto. Foi pra geladeira mesmo. Sexta deitei-me na cama como mais uma menininha escrota e medíocre dos olhos inchados. Credo. Fico feliz por ter acordado no sábado, como mulher. That's all, folks. O show acabou. Não vendeu muitos ingressos, acabou saindo de cartaz. Mas a estréia de hoje é promissora, isso eu garanto.