terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Jaula.

Ontem entrei em uma sala. Sim, uma sala, que mais se parecia com um zoológico.
Basicamente, eu estava assistindo a um bando de macacos que preferiam gritar a falar e a uma competição de cheiros fortes, de tênis novos e uma incrível semelhança entre as vestimentas femininas.
Me senti constrangida. Não sabia quem era estranho ali: se eu, ou se eles.
Além da competição animalesca, ainda tinha um moço(ainda mais esquisito), que gostava - e muito - de apagar o quadro com impressionante freqüência.
No fim, preferi ficar em meu mundo - onde eles eram os estranhos - silenciosa no canto da sala, onde o cair da borracha no chão era a cena mais constrangedora possível.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Adeus, você.

adeus você
eu hoje vou pro lado de lá
eu tô levando tudo de mim
que é pra não ter razão pra chorar
vê se te alimenta
e não pensa que eu fui por não te amar
cuida do teu
pra que ninguém te jogue no chão
procure dividir-se em alguém
procure-me em qualquer confusão
levanta e te sustenta
e não pensa que eu fui por não te amar

quero ver você maior, meu bem
pra que minha vida siga adiante

adeus você
não venha mais me negacear
teu choro não me faz desistir
teu riso não me faz reclinar
acalma essa tormenta
e se agüenta, que eu vou pro meu lugar

é bom...
às vezes se perder
sem ter porque
sem ter razão
é um dom...
saber envaidecer
por si
saber mudar de tom

quero não saber de cor, também
pra que minha vida siga adiante

me dá vontade de fechar os olhos e cantar essa letra bem alto.
ps: não que seja só vontade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Desenraízar.

E cá estou eu, mais uma vez, perdida no meio de tanta informação, tanta mudança. Fechando os zíperes para partir... Deitada no meio de tantas coisinhas, lembranças e cheiros, penso como é bom estar aqui.
Vou mudar meu nome.
Para Mulher Desenraízada.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O primeiro dia.

Abri a janela, o dia não acordou sorrindo. Estava tudo meio triste, melancólico. Era ruim olhar à minha volta: nada tinha graça. O tédio me condenava, a tristeza me torturava. A raiva me engolia.
Os pratos vazios me olhavam da mesa com aquela ar de escárnio e me perguntavam:
- O que você vai fazer agora, Alice?
- Não sei, respondi. Não sei.